terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Introdução 3:
George
-Georgie, vá trazer meu almoço!
Mais uma vez o grito habitual para o pequeno George Klaxon, um pobre garoto da classe média proletária londrina, que morava com a mãe, uma desempregada e full time bêbada em uma workhouse, na zona Leste de Londres. Desde pequeno ele, e sua irmã mais velha Leslie, viviam nessas condições: comprando comida e cigarros para sua mãe, e os inúmeros namorados que ela arrumava por semana. Aliás a única coisa que ela tinha dificuldades para achar era um emprego.
George era um menino lindo, charmoso, impossível não se derreter por ele: um sorriso enorme, olhos azuis e cabelos loiros lisos, o típico menino britânico. Seu sotaque era um pouco cockney, mas ninguém é perfeito. Era um aluno medíocre, mas seu sucesso na escola eram as meninas. Ah, as meninas se desesperam pelo pequeno Klaxon, ele podia dizer que ao chegar ao fim do colegial não havia uma menina do primeiro ao terceiro ano do St. John’s School (bonita, é obvio, afinal, ele tinha de se valorizar) com a qual ele não tivesse dormido.
Mas não só de garotas vivia George, não, um homem de verdade precisa de ambição, dinheiro, essas coisas. Era muito amigo de Julian, o namorado de Leslie, um vagabundo da pior espécie: vendia e repassava drogas, objetos roubados, armas, e todo tipo de negócio obscuro que se pudesse imaginar. Alguns diziam que era o próprio cafetão de sua irmã mais nova, Patrícia, mas havia muita especulação nessa cena, nem tudo era muito confiável. Mas a vida de Julian e seus detalhes não são o principal aqui.
Essa amizade o apresentou para esse mundo do underground, uma coisa assi meio suja, meio obtusa, mas onde a perspectiva de ganhar algum fácil era tentadora. Tornado-se um pequeno “revendedor” George conheceu a alta classe londrina, e conseguiu umas meninas nessa parte da cidade. Fez seus contatos, e finalmente encontrou um emprego numa loja caríssima de vinhos em Picadilly. Sendo assim, se mandou do minúsculo apartamento da workhouse e alugou um quarto numa casa de uma indiana em Harrow, no fim de Londres.
È claro que seus negócios de drogas e outros artefatos continuavam rolando, afinal, sua vontade não era mais de sobreviver, era de ficar rico, vivera com muito pouco toda vida, estava cansado, era hora de relaxar.
Essa é a história de George. Mas não pára aqui.

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