sexta-feira, 28 de setembro de 2007

ah, o amor

era uma sexta. sempre penso isso às sextas, ou aos sábados. nunca outro dia. por que disso, não sei. deve ser por saber que mais uma semana se foi, e não muita coisa se alterou. reflexoes de coisas desconhecidas e universais. pois bem: divago em conjecturas internas que gritam de dentro de mim...penso em tanta coisa, o que falta, o que tem de excesso, o que existe e nao existe, e chego à conclusao de que a mais magna das coisas, que sobrepoe tudo, é o amor, e ai, chego a uma definiçao para a mais abstrata das coisas, a mais tida como cliche das coisas, a mais vista como kitsch no mundo pós-moderno, no qual o amor é só mais uma condiçao intangivel, inatingivel e dos filmes agua com açucar. pois entao, à definiçao: o amor, ah, o amor, é o pensado preenchimento do eterno vazio que nos ocupa a alma, a vida, um vazio que é deveras extenso e impreenchivel, nao acaba, nao fica cheio. mas o amor é capaz de ocupar por momento eessa cova interna e visceral do estado humano (ser humano é mais um estado do que ser, afinal, o que se é se é toda vida, está a acompanhar?nào somos eternamente nada e tudo, pois deixamos de estar aqui, entao nao somos seres humanos, e sim estados humanos), pois as lembranças de tais momentos de plenitude e compleitude tao repletas de vastidao, sao o que nos fazem deixar de nos ocupar com a mesura do diametro de nosso precipicio. caso amor nao existisse, seria intoleravel viver, existir nesse mundo; seria conviver diariamente com o vazio, uma angustia de estar rodeado de cinco mil pessoas, cousas, e ainda assim, encontrar-se completamente abandonado a si mesmo. seria uma vida sofrivel, amarga, e consciente da dor de estar-se só consigo mesmo, uma solidão que é das mais horríveis, pois dela nao se pode escapar, afinal, apossou-se do corpo e configurou-se no espirito humanos. a forma que o amor assume, nao importa muito, pois é infinitivamente pessoal, cada buraco é um buraco, e cada buraco necessita de um proprio teor de memórias de momentos em que nao eram tao fundos e tristes, um amor distinto; uns buracos contentam-se com um olhar doce e puro, outros em carícias incandescentes, outros com palavras e palavras e juras.
hoje, o que mais creio que o amor seja, é isso: um momento em que por uns instantes eu esqueça dessa cratera que se aloja no peito e na cabeça (que me fazem sentir e pensar por demais, em tudo e qualquer coisa), mas nao um esquecimento escapista, e sim, um alívio para inquietude de meu buraco negro. e como se encontra isso, nao sei. mas há de ser antes da grande supernova. aliás, é assim qu tudo termina: um momento incendiário, brilho intenso, e se apaga. mas a energia que isso dispersa, permanece por mais um tempo.

3 comentários:

Mariana disse...

Você e essas suas eternas inquietações a respeito do amor, seja ele qual for! O amor pra mim é tão menos...complexo, sei lá!
Mas você sem esses seus conflitos internos definitivamente deixa de ser você! :D

Beijos Végon,
Bag

frankinhu disse...

que inquietação! mas o amor é só nosso complemento, pra qualquer seja o início!
seu texto tá com cara de clarice!
e tá lindo, um pouco hermético assim como ela.

Beijo!

Paula disse...

ai, essa eterna angústia que é o amor...


ainda espero pelo próximo capítulo...
=*